Postado por Cleverson Natali
Foto: Raul Silveira
Foto: Raul Silveira
Quando jovem, eu
estudava piano e teclado cerca de cinco, seis horas por dia. Mesmo com esse
tempo de estudo, eram muitas as dificuldades. Sendo assim, me incomodava ouvir
alguns pedagogos e estudiosos da música dizer que qualquer um podia tocar. Como
assim, qualquer um pode tocar? Eu ralava todos os dias e as dificuldades técnicas
eram muitas.
Resolvi dividir essa
inquietude com vários amigos e professores, mas ninguém conseguiu dar uma
resposta que pudesse resolver isso.
Comecei a fazer
faculdade de música no Rio de Janeiro e um dos professores me pareceu a pessoa
certa para ser questionada sobre o assunto. Perguntei o que ele achava sobre a
questão de qualquer um poder tocar. Ele então me disse:
"_ Tudo está na forma
em que se interpreta a palavra tocar. 'Tocar' qualquer um pode. Passar a mão em
um instrumento e dedilhar as suas cordas, tocar uma escala, uma melodia, alguns
acordes, isso qualquer um pode. Mas 'tocar' a plenitude do ser, a alma de uma
pessoa, somente um músico de verdade pode fazer."
Quando surgiu a
possibilidade da gravação do disco, achei bem oportuno fazer uma música sobre o
assunto.
Quem toca toca o que não dá pra alcançar
Quem toca alcança o que busca encontrar...
Resolvi falar dos
sonhos também, afinal, a música sempre mexe com eles. Nessa passagem, cito o
livro Os sonhos não envelhecem de
Márcio Borges. Essa obra sobre o Clube da Esquina é muito importante para mim.
...Um grande sonho que escondido está
Guardado a sete chaves esperando o seu lugar
Pois sonhos nunca envelhecem,
Já dizia o poeta, só precisa acreditar...
Na terceira estrofe
resolvi falar sobre a simplicidade musical. Representei essa simplicidade na
figura do violeiro. A beleza muitas vezes está na simplicidade e não na
quantidade ou qualidade.
Essa ainda teve a participação de Claudio Nucci na gravação. Ele, o músico que sempre nos "tocou" com seu trabalho, que tanto admiramos.
Espero que as nossas
canções possam tocar e ajudar as pessoas.
Ponteando o rio, o mar (Cleverson Natali)
Quem toca toca o que não dá pra alcançar
Quem toca alcança o que busca encontrar
E é tocando que a vida eu levo
Fazendo o coração sempre menino procurar
Um grande sonho que escondido está
Guardado a sete chaves esperando o seu lugar
Pois sonhos nunca envelhecem
Já dizia o poeta: só precisa acreditar
No mais o violeiro é ligeiro passarinho bem faceiro ponteando o rio, o mar
Cantando moda pra sua morena, inspirado na beleza e na doçura do luar
Ponteando o rio, o mar (Cleverson Natali)
Quem toca toca o que não dá pra alcançar
Quem toca alcança o que busca encontrar
E é tocando que a vida eu levo
Fazendo o coração sempre menino procurar
Um grande sonho que escondido está
Guardado a sete chaves esperando o seu lugar
Pois sonhos nunca envelhecem
Já dizia o poeta: só precisa acreditar
No mais o violeiro é ligeiro passarinho bem faceiro ponteando o rio, o mar
Cantando moda pra sua morena, inspirado na beleza e na doçura do luar